Isso não é coisa que se vê todo dia (nem mesmo todo ano), mas em novembro do ano passado o produtor do drama de ficção científica The Man From Earth (2007) agradeceu publicamente pela pirataria do seu filme.
Aparentemente ninguém havia se interessado pela produção independente que custou US$200.000 (orçamento para troco para os padrões de hollywood), mas com a disponibilização do filme como torrent o produtor viu a popularidade do filme no IMDB crescer exponencialmente e neste momento está com nota 8.4 com pouco mais de 7500 votos. 48% dos votantes deu nota 10. Neste momento, só há uma crítica no Rotten Tomatoes e é positiva.
Incentivado pelas críticas positivas e pelo comportamento do próprio produtor, baixei o filme para assistir. E não é que o filme é ótimo? Um dos melhores filmes que já assisti no gênero.
Aviso importante: se você for uma pessoa religiosa, não vai gostar do filme. Se for um fundamentalista, vai querer matar o diretor e o elenco, porque neste sentido o filme é mais agressivo que O Código DaVinci. Mais um bom motivo para você que não é nenhuma das duas coisas querer assistir :)
E a propósito, não espere por efeitos especiais. O filme inteiro se passa dentro de uma casa ou no seu portão. 100% do filme é diálogo entre os personagens. É um filme para fazer você pensar. Nos primeiros minutos eu achei que ia ter um problema com os atores, por causa do modo de falar de um deles, mas a impressão foi passageira. No final, exceto por uma outra cena, achei tudo bem convincente. Até da trilha sonora eu gostei :)
Quanto à questão do "agradecimento à pirataria" isso pode mudar a qualquer momento. Se algum grande estúdio comprar os direitos do filme, por exemplo.
Vc sabe se tem legenda em portugues?
ResponderExcluirLegendas.tv tem.
ResponderExcluirGostei muito do filme, mas...
ResponderExcluirAtenção, spoiler a seguir:
Achei que foi um pouco de exagero enfiarem uma arma nele duas vezes.
Fiz o download do filme e consegui a legenda... vamos ver se o Jefferson também é tão bom em dicas de filmes quanto em DivX player & afins... eheheh!
ResponderExcluirVR5,
ResponderExcluirO caso dos filmes é muuuito diferente. Eu não estou julgando o filme tecnicamente. Eu julgo de acordo com meu "gosto". Se você julgar que eu sou bom em dicas de filmes é porque você tem um gosto semelhante ao meu e não porque eu seja "bom" julgando filmes. :)
Como dizem por aí: "gosto é como **. Cada um tem o seu!" :)
Ola, descobri o seu blog por acaso e gostei muito do conteudo, ja adicionei ao meu bookmarks para ler sempre que vir ao PC. Ah, e tambem sou de Recife! Um grande abraço!
ResponderExcluirecesar
Valeu pela dica, Jefferson. Assisti ontem e não me entusiasmei tanto como você em relação ao filme, mas sem dúvida é bem acima da média das produções do gênero. Os atores não comprometeram (a maioria é figurinha carimbada das séries televisivas), o argumento é sólido, mas achei o final muito forçado
ResponderExcluirSpoiler (e pesado, não leia se não quiser saber o fim):
Num primeiro momento achei que ele contou toda a estória para se revelar para o filho, mas o filho só chega quando a reunião está na metade, e chamado por outro professor. E nada leva a crer que ele não soubesse que o velho professor fosse seu filho. Muito forçada a revelação no final do filme.
O que você acha?
Walter,
ResponderExcluirVocê me surpreendeu com essa interpretação. O que eu entendi é que John fora professor de química do Will e muito amigo de sua família. Uma revelação bem mais "leve" do que a você está propondo, mas que faz sentido.
Vou assistir de novo essa cena.
Me diga o que achou depois, mas eu achei muita coincidência.
ResponderExcluirWalter,
ResponderExcluirEu descobri porque você entendeu assim. É um erro da legenda em português.
A fala original é:
You never saw a grown child to die.
Que corretamente traduzida fica:
Você nunca viu uma criança crescida morrer.
A legenda em português diz:
Você nunca viu um filho crescido morrer.
"filho" não é "child". Nesse contexto seria "son".
Uma única palavra que muda completamente o sentido do final.
Adicionalmente, a mãe de Will chamava-se "Nola" e pelo que entendi John era casado com "Gruber" (nome estranho para uma mulher) nessa época. Ele não é o pai de Will.
Por conta desses e outros erros absurdos de legendagem, mais o fato de que preciso aperfeiçoar meu Inglês, estou assistindo os filmes apenas com legendas em inglês. Por isso não fui enganado pela tradução. Fico imaginando que outros erros essa legenda pode ter e o que mais você pode ter perdido do filme por conta disso.
Eu acho que a gente vai continuar discordando se o Will é ou não filho dele.
ResponderExcluirVou checar com minha esposa (ela não viu o filme comigo, e é um bom filme para se rever) que é professora de inglês. Não me apego tanto às legendas assim, meu inglês é razoável. Tenho quase certeza que grown child pode sim ser usado para filhos crescidos neste contexto.
Quanto ao "Gruber", dê uma olhada na cena em que o Will chega na casa, Gruber é o sobrenome dele, portanto, não é o nome da suposta esposa do John, ou talvez, seja o sobrenome dela, portanto, Nola Gruber.
Aí existe um problema, o sobrenome do John em Boston era "Partee", mas extrapolando o nome completo pode ser Dr. Willian Gruber Partee.
Mas não me baseio na extrapolação para concluir que o Will é filho do John.
Veja toda a cena no contexto, ele pede para que o John diga o nome do cachorro, wooffie, que a família já tinha antes dele, Will ter nascido (portanto o John não deu aula para ele).
E o John ainda diz que ele costumava puxar a barba dele, o que sem dúvida não e o comportamento de um aluno.
Se o Will não é filho dele, aluno com certeza não era.
Eu fico com o filho. De toda forma, é muito forçado. Mas tem um jeito fácil de descobrir, o filme é baseado em um livro, vou pesquisar para ver se encontro este livro, e ver o que tem nele.
Walter,
ResponderExcluirVocê tem razão, Will é chamado de "Dr. Gruber" no início.
Eu acho que você está inteiramente certo agora. Quando ele diz "Gruber. Ela voltou a casar?" não está perguntando se "Gruber" voltou a casar. Está perguntando a "Gruber" se a mãe dele voltou a casar.
Eu é que entendi inteiramente errado. Realmente, "child" pode querer dizer "filho" nesse contexto. Eu devo ter confundido com "kid".
Não sei o que me surpreende mais agora: Essa revelação sobre o final ou minha incompetência para traduzir...
Mais um motivo para exercitar.
Pois então, agora também fiquei em dúvida quanto a minha conclusão.
ResponderExcluirPra piorar, a internet é um lixo as vezes para pesquisa. Eu havia lido em um outro site que o filme era uma adaptação de um livro de Jerome Bixby. Não é. É o último roteiro que ele escreveu antes de morrer. Aliás, descobri que ele é autor de alguns episódios de Star Trek e Twilight Zone, ganhou mais alguns pontos comigo, sou fã de ambas as séries.
De toda forma, estou procurando para ver se acho o roteiro original em algum lugar, mas enviei um e-mail para o produtor do filme com essa nossa pequena questão, vamos ver se ele responde.
Quanto a treinar o inglês, isso é sempre bom. Minha esposa entende muito, mas as vezes eu vejo ela penando em coisas bobas. E eu acabei de me descabelar aqui para mandar um email para o produtor, rs.
Walter,
ResponderExcluirAinda acho que você tem razão, mas...
Você supõs que o nome de John pudesse ter sido "John Gruber Partee", mas ele mesmo diz que o nome dele na época era "John Thomas Partee". Isso contribuiu para que eu não percebesse o parentesco. Eu imagino que o sobrenome de um filho homem não possa ser mudado, então de onde vem o "William Gruber"?
É possível que John não soubesse que era pai de Will, mas também não entendo como ele percebeu tão rapidamente quem era Will, se ele não sabia de antemão.
É só isso que não estou conseguindo encaixar, mas o resto todo se encaixa.
Jefferson, eu disse que talvez o nome do Will fosse Willian Gruber Partee, e não o nome do John na época. Estou estrapolando que Gruber poderia ser o sobrenome da mãe.
ResponderExcluirO lance do sobrenome realmente é o que está me deixando em dúvida, mas toda a reação dos personagens me leva a crer que ele é realmente filho do John.
Quanto a sua questão em relação do reconhecimento da paternidade do Will por parte do John, e a velocidade dessa solução, é essa realmente a parte que achei forçada.
Me parece que tentaram um solução ao estilo "Sexto Sentido", apenas para criar impacto. Particularmente acho que teria sido mais legal se a verdade fosse aparecendo aos poucos, ao longo da estória. Ficaria mais verossímil.
Mas só essa nossa pequena conversa já mostra que o filme é bom mesmo, pois nos força a pensar, e estamos fazendo isso com prazer.
Assisti ao filme esse final de semana... parabéns pala dica, Jefferson! Realmente um excelente sci-fi, sem efeitos, como se diz em outro fórum que participo, "animal, cinético, infernal"... eheheh! Assim que um filme sci-fi deveria ser sempre! Se apoiar no na ENREDO, e não em efeitos especiais, como muitos "cinema-pipocas" (que eu até gosto DE ALGUNS) são!
ResponderExcluirConcordo com as opiniões de vocês: realmente Will era filho de John. Também gostei muito da parte onde ele fala sobre como ele queria passar os ensinamentos quando foi Jesus... mesmo sabendo que é ficção, que na verdade é a opinião do autor do roteiro, isso fecha com MUITA coisa que acho da religião/espiritualidade minha... apenas prefiro não falar muito sobre isso (é minha "fé particular", digamos).
Agora convenhamos somente uma coisa: tá certo que ele é imortal, mas não é inexpugnável, certo? Só o fato dele ter vivido 14.000 anos e não ter morrido em alguma doença/peste, em algum acidente, catástrofe natural, guerra, etc. já é "meio" forçado, certo? Mas nada que desmereça a idéia central do filme!
Jefferson, quando tiveres mais dicas sobre filmes podes postar. Caso nós tenhamos alguma dica para você (e os colegas) poderiamos te enviar por e-mail?
UM abraço!
Sou ateu e não sou nenhum estudioso ou especialista em religião, mas é engraçado como o filme é abertamente anti-religião e no fim deixa a mensagem que Jesus não era Jesus e sim Buda. Ou seja, não é anti-religioso e sim anti-cristão no fim.
ResponderExcluirO que resume, na verdade, boa parte do "ateísmo militante". O ódio ao cristianismo disfarçado de crítica contra todas as religiões. Veja que o diretor/roteirista não vê nenhum problema em fazer uma concessão ao budismo (ou a Buda) se for para esculhambar Jesus. Difícil, e corajoso, seria ver um autor atual (e não cristão) fazer o oposto né?
Como eu li uma vez: é fácil declarar a morte de Deus no ocidente, corajoso seria fazê-lo em Meca...
Mais a mais, eu até gostei do filme, embora a produção seja meio mambembe e a qualidade do vídeo que eu baixei seja sofrível (não que eu possa reclamar... de graça...).
Obrigado pela dica Jefferson!
Alexandre,
ResponderExcluirEu não creio que o fato de Jesus ter estudado com Buda faz com que ele "não seja Jesus". Eu não conheço os ensinamentos de Buda, mas conheço a teoria (que não é do autor dessa estória do filme) que questiona onde Jesus esteve até os 33 anos de idade e aponta semelhanças (mas não muitas) entre os ensinamentos de Cristo e os do budismo. Talvez você não saiba por ser ateu, mas eu li todos os evangelhos do Novo Testamento e em todos eles Jesus simplesmente passou do nascimento à pregação.
O que a estória do filme questiona é a "divindade" de Jesus. E pelo menos do meu ponto de vista, isso é irrelevante.
Mas numa coisa eu concordo com você, John foi Jesus porque se tivesse sido Maomé "o bicho ia pegar". Isso eu notei ainda enquanto assistia.
E eu não me sinto incomodado quando alguém questiona os dogmas do cristianismo. A Igreja fez por merecer ao vender o perdão, cercar-se de luxo, buscar poder, caçar "as bruxas", incentivar "guerras santas" e mais recentemente fechar os olhos para o holocausto judeu.
Você já assistiu Primer e estava fazendo piada ou nunca viu o filme?
ResponderExcluirSe não viu, pode se preparar, pois ele é muito confuso.
Em uma lista de cinema que eu participo (onde ouvi falar do filme a primeira vez) o cara disse que ele, na verdade, é uma sátira muito disfarçada dos filmes de ficção que são propositalmente ou desnecessariamente confusos.
Se era isso ou não eu não sei, mas quero ver quem é capaz de explicar todo o filme (além do diretor, talvez...)
Só para constar: Assisti "Primer" ontem a noite: até agora não sei se gostei ou detestei o filme... MUITO confuso, denso, complicado de assistir MESMO! Jefferson, se vais assisti-lo uma dica: NÃO assista tarde da noite. Assista quando estás bem desperto, pois a coisa é complexa!!! :-/
ResponderExcluirBom, o produtor do filme, é obvio, não me respondeu. Mas vi o filme de novo com a Dona da Pensão, e definitivamente fiquei convencido da paternidade. A portadora do pau de macarrão também concordou.
ResponderExcluirJefferson, ressucitando esse post (eu vou procurar mais tarde) já conseguiste assistir "Primer"? :)
ResponderExcluirAinda não!
ResponderExcluirEstou com "Primer" e "PI" aqui guardados só esperando que eu esteja com humor para esse tipo de filme :)