O leigo que lê a "reportagem" de capa desta semana da revista Época, termina achando que o lançamento do iPhone é um evento comparável à segunda vinda de Jesus Cristo, tamanho é o exagero da matéria.
Não é que eu não acredite que o produto se torne um sucesso. Tem a mão da Apple, que às vezes parece ser a única empresa de tecnologia nesse planeta a saber fazer uma interface decente.
O primeiro problema é que o autor da matéria parece nunca ter visto na vida um smartphone, tal o seu deslumbramento com a possibilidade de escolher opções tocando na tela com os dedos. Há meses existem aparelhos como o Palm Treo e o O2 XDAII, entre outros. E além disso fala do Google como se nunca tivesse existido o Altavista antes dele.
O segundo problema é o fato da matéria estar falando de um produto que só vai existir comercialmente daqui a seis meses, mesmo nos EUA! Quer dizer: o produto nem existe ainda e já é melhor que todas as opções do mercado, incluindo as baseadas em plataforma Palm, Windows Mobile, Symbian e Linux? Eu poderia até dar mais crédito a isso, se o autor da matéria demonstrasse ter conhecimento do mercado atual.
Me causa estranheza ver a Apple fazer um "anúncio" dessa natureza. Isso é comum nas táticas reprováveis da Microsoft, que anuncia um produto que não existe ainda para fazer o mercado prender a respiração esperando por ele e não comprar os dos concorrentes (ninguém quer investir dinheiro em algo que já foi "anunciado" que vai se tornar obsoleto).
Uma estratégia tão usada (e abusada) que os produtos anunciados assim tem até uma categoria específica: "vaporware".
Eu li a matéria na veja dessa semana porém não li a da Época, mas pelo visto são semelhantes. O iPhone é a 8a maravilha do mundo e quase falta só servir café na cama. Coincidência?
ResponderExcluirJuliano,
ResponderExcluirA matéria na Època dá a impressão de ser paga ou de ter sido escrita por uma "fanboy" da Apple. Muitos elogios ao aparelho ainda inexistente e nenhuma comparação técnica real com o que já existe no mercado.
Eu procurei me informar e a tecnologia "multitouch" que a Apple pretende empregar em sua tela pode dar ao iPhone uma real vantagem sobre os smartphones existentes (ainda mais por ser patenteada). Pelo que entendi, com ela é possível para o aparelho detectar mais de um toque simultâneo e com isso determinar a posição de dois ou mais dedos do usuário, coisa que não vi ainda em outras telas touchscreen. Isso *pode* ser bem útil.
Mas é preciso que o produto real seja lançado para sabermos de fato. A Apple não tem histórico de produzir "vaporwares", mas se até a Sony está tendo momentos difíceis com suas baterias de notebook explosivas e o PS3, eu é que não vou correr o risco.
Se for bom mesmo, sem dúvida vou querer ter um. O meu TREO650 me deixa frustrado uma boa parte do tempo.