Por incrível que pareça, são as grandes lojas que hoje impedem uma maior quantidade de títulos estar disponível para download legal (pago) em serviços como o iTunes.
A Wal Mart, que hoje responde por 40% das vendas de DVDs nos EUA (o que não é pouca coisa) quer uma fatia do lucro da venda online de filmes para compensar sua possível perda nas vendas.
A Disney já havia feito um acordo com a Apple para distribuição online, mas os outros grandes estúdios estão com um pé atrás, esperando a definicão da pendenga com o Wal Mart.
E para quem pensou "logo a Disney foi a primeira?!": lembre-se de que quando a Disney comprou a Pixar em janeiro/2006 com ações da companhia, o CEO da Pixar se tornou o maior acionista individual da Disney e esse cara é o Steve Jobs, o maiorial da Apple.
Voltando ao assunto, se a venda online prejudicar as vendas "físicas", a Wal Mart perde duplamente. A primeira, óbvia, no lucro da venda de cada DVD. A segunda, porque pesquisas internas mostram que "cada consumidor a colocar um DVD no seu carrinho" gasta bem mais em média na loja que os demais.
De uma forma ou de outra, é incerto se esse serviço vai se tornar popular a ponto do consumidor deixar de comprar o disco "de verdade". Primeiro porque os downloads serão protegidos por DRM, limitando a quantidade (e a qualidade) de cópias que você poderá fazer e onde poderá executá-las. Segundo, porque a cópia doméstica vai ter sempre cara de "troço ilegal". E terceiro, porque o preço não será assim tão vantajoso: apenas US$2,50 a menos que o preço do DVD pela primeira estimativa que vi.
No Brasil, eu não teria dúvidas quanto a pagar US$2,50 a mais para ter uma prova física de que eu fiz uma aquisição legal e poupar o enorme tempo de download necessário para algo de qualidade equivalente.
Problemas provocados por exigências de grandes lojistas existem em outras áreas. Trabalhei numa indústria que vendia a seus funcionários abaixo do preço do mercado, mas se negava a vender em quantidade que favorecesse a revenda (e a proibia), supostamente por causa de uma reclamação de uma rede de supermercados de que a venda a funcionários estava minando as suas.
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