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sábado, 21 de outubro de 2006

O maior obstáculo para a venda legal não está nos estúdios

Por incrível que pareça, são as grandes lojas que hoje impedem uma maior quantidade de títulos estar disponível para download legal (pago) em serviços como o iTunes.

A Wal Mart, que hoje responde por 40% das vendas de DVDs nos EUA (o que não é pouca coisa) quer uma fatia do lucro da venda online de filmes para compensar sua possível perda nas vendas.

A Disney já havia feito um acordo com a Apple para distribuição online, mas os outros grandes estúdios estão com um pé atrás, esperando a definicão da pendenga com o Wal Mart.

E para quem pensou "logo a Disney foi a primeira?!": lembre-se de que quando a Disney comprou a Pixar em janeiro/2006 com ações da companhia, o CEO da Pixar se tornou o maior acionista individual da Disney e esse cara é o Steve Jobs, o maiorial da Apple.

Voltando ao assunto, se a venda online prejudicar as vendas "físicas", a Wal Mart perde duplamente. A primeira, óbvia, no lucro da venda de cada DVD. A segunda, porque pesquisas internas mostram que "cada consumidor a colocar um DVD no seu carrinho" gasta bem mais em média na loja que os demais.

De uma forma ou de outra, é incerto se esse serviço vai se tornar popular a ponto do consumidor deixar de comprar o disco "de verdade". Primeiro porque os downloads serão protegidos por DRM, limitando a quantidade (e a qualidade) de cópias que você poderá fazer e onde poderá executá-las. Segundo, porque a cópia doméstica vai ter sempre cara de "troço ilegal". E terceiro, porque o preço não será assim tão vantajoso: apenas US$2,50 a menos que o preço do DVD pela primeira estimativa que vi.

No Brasil, eu não teria dúvidas quanto a pagar US$2,50 a mais para ter uma prova física de que eu fiz uma aquisição legal e poupar o enorme tempo de download necessário para algo de qualidade equivalente.

Problemas provocados por exigências de grandes lojistas existem em outras áreas. Trabalhei numa indústria que vendia a seus funcionários abaixo do preço do mercado, mas se negava a vender em quantidade que favorecesse a revenda (e a proibia), supostamente por causa de uma reclamação de uma rede de supermercados de que a venda a funcionários estava minando as suas.

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